Mesmo quando compressores são do mesmo tipo geral (VCA, FET, opto, etc.), marcas e modelos diferentes frequentemente não soam iguais. O mesmo vale para plug-ins que emulam de perto sua circuitaria. Neste trecho de "John Paterno Mixing Lifeboats," Paterno está trabalhando na faixa de vocal principal e tentando decidir qual compressor usar.
DECISÕES, DECISÕES
Ele reduziu a escolha a dois plug-ins que emulam compressores variable-mu, que são unidades baseadas em válvulas. Primeiro, ele experimenta um Fairchild 660 (a versão mono do Fairchild 670). Ele diz que quer um compressor variable-mu porque eles soam mais encorpados e têm uma resposta relativamente rápida. Ele também testará o plug-in SPL IRON Mastering Compressor para ver como soa.
Ele diz que o SPL também é um compressor variable-mu, mas soa mais moderno. Oferece operação do tipo variable-mu combinada com a 120V Technology da SPL. Segundo a SPL, esta tecnologia ajuda a fornecer melhor faixa dinâmica, relação sinal/ruído e especificações de distorção quando usada em processadores de hardware. A circuitaria do plug-in emula esse desempenho.
Paterno se prepara para compará-los na faixa de vocal. Ele procura um trecho onde os vocais tenham bastante nível. Pode-se presumir que isso acontece porque mais nível significa que mais sinal ultrapassará o limiar do compressor, dando-lhe mais oportunidade de ouvir o compressor em ação. Ele se decide pela segunda metade do segundo verso e começa auditando com o SPL IRON.
Ele ajusta o release rápido, o attack em uma posição intermediária, o Rectifier para GE e o Tube BIAS para Low. Ele diz que gosta de como está "grabbing" (reagindo ao sinal vocal que chega) e da presença constante que adiciona ao vocal.
Configuração de Paterno no plug-in SPL IRON
Em seguida, ele tenta o plug-in UA Fairchild 660 Legacy. Ele passa algum tempo ajustando os controles enquanto escuta. Ele acaba deixando o Threshold em cerca de 7,5 e o Time Constant ajustado para 2.
Na comparação, ele diz que está escutando como cada compressor está afetando o timbre do vocal. "Está pinching, está fazendo soar maior?" ele pergunta. Por pinching, ele quer dizer que está apertando de uma forma que faz soar mais fino ou menor.
Configuração de Paterno no UAD Fairchild 660
Ele diz que qualquer tipo de componente de áudio imprimirá um timbre em um sinal, e ele está fazendo a comparação para descobrir qual dos dois plug-ins funciona melhor com o vocal.
Após comparar ambos, ele decide que, pelo menos por enquanto, prefere como o SPL soa. Ele achou que o Fairchild acentuava demais a faixa média, enquanto o SPL proporcionou uma suavidade; ele diz que tem um pouco mais de "corpo".
A COR DA COMPRESSÃO
Ao tomar uma decisão sobre um compressor, tanto de hardware quanto em formato de plug-in, você deve deixar seus ouvidos decidirem o que é melhor, como Paterno fez. Dito isso, você frequentemente pode reduzir qual tipo de compressor quer usar, assumindo que tem várias opções, entendendo como cada tipo se comporta, falando genericamente.
Os quatro principais tipos de projetos de compressores de hardware são VCA (Voltage Controlled Amplifier), FET (Field Effect Transistor), óptico (aka "opto") e variable-mu. Cada um usa um método diferente para detectar e atenuar o áudio que chega e reage de forma distinta a um sinal de entrada. Plug-ins emulativos buscam replicar digitalmente a circuitaria, então seu comportamento será consistente com o tipo de compressor que está sendo modelado.
CONTROLE DESSA TENSÃO
Unidades baseadas em VCA são provavelmente o tipo mais comum de compressor de hardware e também as mais versáteis. O componente crítico é um amplificador controlado por tensão (voltage-controlled amplifier), que atenua com base em um sinal de controle derivado do áudio de entrada, o qual pode ser alterado por parâmetros como threshold, ratio, attack, release e assim por diante antes de ir para o circuito detector.
A emulação UAD de um dos compressores VCA mais conhecidos, o dbx 160.
Compressores VCA têm tempos de reação rápidos e por isso podem lidar com bateria, percussão e outras fontes ricas em transientes. Eles também funcionam muito bem em uma ampla gama de instrumentos e em vocais.
Alguns dos compressores VCA "clássicos" são o dbx 160, os SSL G-Series Bus Compressors e o API 2500.
FIELD EFFECT DOS SONHOS
FET significa Field Effect Transistor. Esses compressores apresentam circuitaria em estado sólido projetada para emular o desempenho dos compressores a válvula. Compressores FET oferecem o tempo de reação mais rápido e são, portanto, particularmente úteis em bateria e percussão, assim como em baixos elétricos e guitarras. Compressores FET não têm controle de Threshold, então o sinal de entrada dispara a atenuação. Quanto maior o nível de entrada ajustado, mais do sinal é comprimido.
Você não vai querer escolher um compressor FET se estiver procurando por transparência; ele provavelmente colorirá seu sinal, não importa como você o ajuste.
O plug-in UAD 1176 emula o clássico compressor FET de hardware.
O UREI 1176, do qual existem muitas emulações em plug-in, é de longe o compressor FET mais conhecido. Alguns outros equipamentos notáveis são o Chandler Limited Germanium Compressor e o Drawmer 1973 Multi-Band. Ainda não existe uma versão em software do Chandler, mas a Softube faz um plug-in Drawmer 1973.
VEJA A LUZ
Um compressor óptico utiliza um tipo inteiramente diferente de circuito de detecção. Ele deriva um sinal de controle do áudio de entrada e o transforma em luz, que então é captada por um sensor eletro-óptico, que dispara a atenuação.
O Teletronix LA-2A (que também tem um estágio de amplificação a válvula) e o LA-3A (que tem um estágio de amplificação em estado sólido) são provavelmente os dois compressores ópticos mais icônicos. LA não se refere à cidade, mas é um acrônimo para Leveling Amplifier. O Tube Tech CL 1B é outro clássico opto compressor.
O Waves CLA-2A modela o Teletronix LA-2A, um compressor opto com estágio de amplificação a válvula e um timbre único.
Devido aos seus circuitos de detecção únicos, compressores opto são um pouco mais lentos para atenuar um sinal do que outros tipos, então não são tão bons para controle de transientes. No entanto, produzem um timbre muito suave e quente, o que é ótimo em vocais e em uma ampla gama de instrumentos.
MU-TUBE
O quarto tipo de compressor é o que Paterno usou no vídeo, o variable-mu. Ele possui um circuito a válvula que altera seu polarização com base no sinal de entrada para criar atenuação. Esses compressores são bastante versáteis, capazes de criar resultados tanto suaves quanto fortemente esmagados.
Como vimos no vídeo, o Fairchild 660 (e seu irmão estéreo, o 670) é um desse tipo de compressor. Versões de hardware das unidades Fairchild são raras e incrivelmente caras. Eles têm reputação de fazer qualquer áudio soar bem.
Você pode ter notado um controle incomum no plug-in UAD Fairchild chamado DC Threshold. Isso replica controles de mesmo nome no hardware original, que ajusta simultaneamente a razão de compressão e o parâmetro de knee. Este último determina a velocidade com que um compressor age sobre um sinal que está acima do threshold. Em outras palavras, controla se ele sobe gradualmente até sua atenuação total ou chega lá imediatamente.
O Manley Variable-Mu é outra unidade clássica, e a emulação UAD dela é excelente. O SPL IRON original é um compressor de masterização em hardware. Foi lançado em 2015 e oferece uma abordagem contemporânea à circuitaria variable-mu. Paterno usou a versão em plug-in da SPL no vídeo.
DIFERENTES CARACTERÍSTICAS
Nos exemplos a seguir, vamos comparar o som de quatro emulações de compressores, representando esses quatro tipos básicos de compressor, no baixo e na bateria. Os quatro plug-ins usados são o Waves CLA-2A (opto), o Waves PuigChild 660 e 670 (variable-mu), o UAD UA 1176 Rev A (FET) e o UAD dbx 160 (VCA). As configurações foram feitas para realçar o baixo ou a bateria da melhor maneira para cada compressor.
Não encare isso como um comparativo competitivo, apenas como uma forma de ouvir o impacto dos vários plug-ins de compressão no som.
As diferentes versões do Exemplo 1 apresentam um baixo DI precision passando por um plug-in de modelagem de amp de baixo UAD Ampeg B-15.
Exemplo 1a: Baixo sem compressão
Exemplo 1b: Baixo com Waves CLA-2A
Exemplo 1c: Baixo com UAD dbx 160
Exemplo 1d: Baixo com UAD UA 1176 REV A
Exemplo 1e: Baixo com Waves PuigChild 670
As diferentes versões do Exemplo 2 apresentam bateria do Toontrack Superior Drummer 2. Preste atenção especialmente em como os diversos compressores afetam a caixa.
Exemplo 2a: Bateria sem compressão
Exemplo 2b: Bateria com Waves CLA-2A
Exemplo 2c: Bateria com UAD dbx 160
Exemplo 2d: Bateria com UAD UA 1176 REV A
Exemplo 2e: Bateria com Waves PuigChild 670
